07/05/2024 às 16:36

Destaques e tendências – maio 2024

Momento Econômico
Por Nicola Tingas | Consultor Econômico

Análise e gráficos

 

JUROS AMERICANOS – Reunião do FED FOMC (01/05/2024)

Os FED funds, taxa de referência do mercado de juros americanos e também dos mercados globais, foram mantidos estáveis em 5,25% e 5,5% ao ano. Na coletiva de imprensa, Jerome Powell, presidente do FED, deu declarações sobre tendências para a curva de juros americanos:

  • “A inflação americana não fez ‘progresso adicional’ em direção a meta de 2% ao ano nos últimos meses, em um cenário em que atividade se expande a um ritmo sólido, os ganhos de emprego seguem fortes e a taxa de desemprego permanece baixa”;
  • Powell manifestou certo viés positivo mais à frente, mesmo que leve mais tempo para corte de juros, mas reforçou que momento é incerto e dependente de dados;
  • O mercado temia, devido à pressão inflacionária recente, uma manifestação “mais dura”, mas ele negou hipótese de alta de juros, trazendo algum alívio nos mercados.

Indicador básico de finanças globais, a remuneração dos Treasuries de 10 anos subiu muito até 19/10/2023, gerando forte alta de prêmio de risco financeiro no mercado de capitais e de moedas. Com uma leitura posterior que a economia caminhava para “pouso suave” (soft landing), houve previsões bastante otimistas sobre maior intensidade e ritmo de corte de juros e a curva de juros 10y caiu do pico de 5% para 3,8% no final de 2023.

Mas o otimismo foi esvaziando nos 4 primeiros meses de 2024, com a economia bastante aquecida e inflação alta, levando juros até 4,7%. Com a manifestação “dovish” (viés otimista) de Powell, tiveram queda para 4,59% ao ano.

O cenário de maior patamar de juros americanos em décadas, atrai capital e valoriza o dólar, perante outras moedas. O alívio virá se houver corte de juros no FOMC 18/09/2024 ou 07/11/2024 (datas possíveis para o mercado).

Source: CNBC. May 2nd, 2024. At market close.

JUROS BRASILEIROS SELIC – Reunião do COPOM BACEN (07 e 08/05/2024)

Até amanhã o COPOM fará alteração da SELIC. No COPOM anterior, indicava um corte de 0,5% para esta reunião. Mas foi flexibilizado devido a eventos relevantes que poderão limitar o corte a 0,25%. São duas hipóteses principais: corte de 0,25% ou 0,5%. Vide tabela.

Eventos relevantes ocorreram em maior parte no mês de abril:

  • Revisão da meta de superávit primário do OGU (regra fiscal). Decisão que evidenciou a limitação no corte de gastos orçamentários, e ainda maior dificuldade operacional e política em aprovar no Congresso medidas de corte de isenções fiscais e medidas de ampliação ou resgate de fontes orçamentárias. Esse movimento, embora realizado com manifestação de busca de atender as metas fiscais revisadas, aumentou a insegurança nos mercados local e internacional, aumentou o prêmio de risco Brasil e desvalorizou a taxa de câmbio, enfraquecendo o real, com consequências de custos e inflação;
  • A extensão e volatilidade da extensão do conflito geopolítico na região do Oriente Médio (Israel x Hamas e Irã), no Mar Vermelho e agora no Oceano Índico com os ataques dos rebeldes houthis aos navios de carga e petróleo, tem encarecido o frete marítimo global com as longas rotas alternativas que os navios têm de utilizar por segurança, a guerra Rússia x Ucrânia, e tensões diversas tem aumentado prêmios de risco, custos e inflação;
  • A constatação de um novo ciclo de pressões ou rigidez inflacionária em um quadro de emprego e salários aquecidos acendeu importante alerta na economia americana, e o mercado precificou esse risco nos Treasury yields com reflexos nas moedas globais;
  • A queda de popularidade do governo em ano eleitoral e a necessidade de negociação à política de aprovar medidas fiscais e outras no Congresso ampliou o apetite por verbas e gastos ao lado do forte gasto do governo, gerando receio nos mercados com descumprimento de limites do orçamento público e efeitos futuros inflacionários;
  • Por outro lado, no curto prazo os índices de inflação têm reduzido sua pressão. IPCA-15 desacelerou para 0,21% em abril após variação de 0,36% em março, acumulando 3,77% em 12 meses. Para maio essa curva deve manter queda, por uma base de cálculo elevada no ano anterior e menor pressão de alguns grupos de preço. De junho em diante este efeito estatístico cessa e há pressões ainda que podem voltar a pressionar. A decisão poderá dividir o COPOM.

 

 

CONSUMO FAMÍLIAS – Dia das Mães (12 maio) é ponto de observação

Atividade econômica confirmou firme expansão no 1º trimestre, devido a vários estímulos:

  • Emprego formal e informal em alta expressiva;
  • Impacto da expansão do Bolsa Família e do BPC;
  • Aumento real do salário mínimo e seu efeito nas aposentadorias e pensões;
  • Pagamento de precatórios e outros benefícios;
  • Antecipação de pagamentos (metade aposentadorias e pensões em maio);
  • Crédito público ampliado e negociação e eliminação de dívidas inadimplentes,
  • Crédito privado gradualmente retomando.

Contudo, inflação de alimentos acumulada em alto patamar, endividamento e inadimplência em redução gradual, reduzem a renda líquida e limitam parcialmente o consumo.O consumo efetivo do Dia das Mães, em volume e valor (ticket médio) e a utilização de crédito serão importantes pontos de observação da propensão e capacidade de consumo.

 

Em resumo:

 

O mês de maio será ponto importante de medição e avaliação do ritmo e qualidade da expansão da atividade econômica.

Também indicará efeitos da mudança da sinalização de política monetária (expectativa de curva de juros), além de riscos e obstáculos diversos que afetam a confiança do consumidor.

 

INDICADORES DE MERCADO FINANCEIRO

 

CONTRATOS DI FUTURO (B3) – TAXAS DE JUROS

 

TAXA CÂMBIO & BOLSA DE VALORES
PESQUISA FOCUS – EXPECTATIVAS DE MERCADO E PROJEÇÕES

Relatório trimestral inflação março 2024 (BANCO CENTRAL)

Projeção para evolução do crédito em 2024

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