23/08/2024 às 15:11

Governo busca reduzir “ruídos” e valoriza crescimento. Inflação crescente demanda alta da taxa de juros pelo BC

Momento Econômico
Por Nicola Tingas | Consultor Econômico

O governo tem atuado para melhorar a percepção dos agentes econômicos e reduzir “ruídos políticos” e prêmios de risco por pior desempenho da política fiscal, e incerteza na transição e gestão da política monetária na nova presidência do Banco Central. Além de buscar mitigar os efeitos da incerteza e volatilidade oriunda dos mercados nacional e internacional.

Ao mesmo tempo, o governo também tem conseguido estimular forte alta do crescimento do produto econômico, principalmente pelo impulso forte ao emprego, massa salarial, renda, benefícios sociais e obras públicas, com forte apoio adicional do crédito público e crédito privado. A projeção de crescimento do PIB em 2024 já alcança o patamar de 2,5% nas estimativas de governo e mercado.

Contudo, em decorrência da recente alta na pressão inflacionária, cresce a possibilidade do IPCA 2024 alcançar patamar próximo aos 4,5% (pouco acima ou pouco abaixo), que é o teto da meta monetária do ano.

Cruzar o ano (2024 – 2025) com debilidade no cumprimento da meta monetária contínua de 3%, em período de transição no comando do Banco Central, poderá fragilizar a credibilidade do Banco Central em relação ao principal mandato de gestão e controle da moeda nacional – real.

Nesse ambiente, desde a ata do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), o Banco Central avalia a necessidade de subir os juros em 2024, e tem indicado essa crescente possibilidade em recentes apresentações do diretor de política monetária, Gabriel Galípolo (provável novo presidente), que poderá ter sua indicação aprovada no Senado até mesmo antes da eleição de outubro para acalmar os “agentes econômicos”.

No mercado já existem dois cenários de alta, ou não, na taxa Selic.

O que o mercado tem firmado é uma posição de alta de juros precificado, conforme a curva de juros – DI Futuro (B3).

Portanto, o impulso de expansão econômica promovido pelo governo tem uma contraparte no enfraquecimento das contas públicas; pressão de desvalorização cambial (R$/USD); expectativa de pressão inflacionária; manutenção de juros altos ou aumento de juros (Selic); e elevação dos prêmios de risco, adicionado ao preço dos ativos financeiros.

Esse ambiente pode prevalecer, com volatilidade e risco maior ou menor, durante o período eleitoral no Brasil (outubro) e nos USA (novembro).

Além do IPCA 2024 e decisões do Copom, quais outros vetores são relevantes no 2º semestre?

Juros americanos – Federal Reserve (Fed)
Fed tem espaço para corte de juros em setembro, devido a curva de inflação ao consumidor estar em queda, e acomodação de indicadores de atividade econômica (mas os dados são voláteis).

Taxa de câmbio (R$/USD)
A taxa de câmbio teve volatilidade e depreciação em 2024, originada por gatilhos internos e externos. Esse é o indexador financeiro mais representativo da transferência de preços e prêmios de risco em mercados locais e/ou mercados internacionais. Na atual conjuntura tem oscilado muito e precificado variabilidade na percepção de risco internacional e/ou local. Na medida em que o Fed sinaliza possível corte de taxa de juros (em 0,25%), na reunião do Fomc (comitê de política monetária do Federal Reserve) de 18 de setembro, e o Banco Central indica que aumentará a taxa de juros se necessário, por efeito, o real valoriza. Em situação contrária, o real desvaloriza e pressiona por aumento da taxa de juros Selic.

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